sexta-feira, janeiro 23

Limites

Eu ainda não aprendi a ter. Se alguem souber, me ensine!

quarta-feira, dezembro 17

Morando sozinha: meu castelo

Sim, tomei coragem e parti rumo a um mundo novo. Um mundo onde a gente é mais responsável, mais organizado, mais adulto. Um mundo cheio de descobertas, aprendizado e crescimento. Um mundo onde quem paga as contas é a gente mesmo. Um mundo onde a sala – ainda vazia, é verdade – vai estar cheia com o sofá que eu escolher, a mesa que eu escolher e as coisinhas que eu escolher. E principalmente: um mundo onde as forminhas de gelo não se enchem sozinhas.

E eu, que nunca dei muito valor pras donas-de-casa e pros trabalhos domésticos de modo geral, acabei descobrindo em plena gôndola de produtos de limpeza que existe uma solidariedade meio que secreta entre as donas-de-casa e as empregadas nos supermercados. Sempre olhei pra elas com um certo ar de desdém durante as compras.

Até que precisei de uma delas.

E ela me ajudou – sem rir da minha cara – a comprar o produto ideal pra limpar o chão do meu castelo novo. “Leva esse, minha filha, que tá num preço ótimo. Essa marca é excelente!”.

E a outra que, mesmo com filho de colo, me emprestou a babá dela pra me mostrar que sim, as vassouras são vendidas separadas – o cabo do pompom. E que você tem de enroscar uma na outra. E o melhor: você escolhe a cor que quiser! “Não leva essa não, moça, que tá dando problema pra encaixar aqui, ó, tá vendo?”

Ah, e o Baygon. Essa foi a primeira compra pra casa nova. Vai que aparece uma barata? Vai que aparece um besouro? Vai que aparece um dragão de Komodo? Um Baygon sempre é útil. E ele tá lá, novinho, pertinho da vassoura verde e do produto de limpeza do chão. Só esperando as baratas que vão aparecer. Porque elas aparecem. Não aparecem?

segunda-feira, novembro 10

Os cabelos e os mullets

Qual a diferença entre um cabelo e um mullet? O que define um e outro? E mais, quando um cabelo se torna um mullet???

Digo isso porque, sim, eu tinha um mullet. Sim, eu tinha um mullet bem grande. Sim, eu tinha um mullet bem grande E NÃO SABIA.

Imbuída do espírito de “vamos dar uma mudada nessa cara”, fui cortar o cabelo semana passada. Com a foto de um cabelo recortada de uma revista, fui animadíssima para o salão.

- Bem, Priscilla, pra fazer isso que você quer, primeiro a gente vai tirar todo esse mullet aqui.

- Tirar o quê? Como assim?

- É isso aqui ó, esse mullet que tá aqui.

- Ah, não Renata, isso é um mullet? Eu tenho um mullet?

- Tem gata, tem sim. E mullet não é legal. Mas não se preocupe, a gente vai cortar tooooooda essa ponta e você vai sair daqui sem mullet, fique tranqüila.

- Caraça, então mete logo a tesoura nesse treco aí!

Bem, se serve de defesa, o mullet foi criado à custa de muito repicado em cima de repicado, acabou ficando aquela pontona atrás que, obviamente, eu nunca tinha reparado direito.

Resultado: saí do salão um luxo, com o cabelo escovado, me sentindo moderna, atual, independente, conectada com o mundo, globalizada e tudo mais. Se mudou muita coisa? Olha, pra falar a verdade não mudou muito não. E nem ficou igual à foto da revista. Eu sei que tem um jeito de arrumar ele, mas esse jeito eu ainda não descobri. Mas pelo menos aquela pontona gigante já foi pro lixo e à essa altura deve estar assustando algum fazedor de peruca por aí...

segunda-feira, novembro 3

I'm back!

Sim, sim, depois de um loooongo jejum, eu voltei! Mais precisamente depois de um ano, 11 meses e 21 dias, eu voltei! Muitas coisas aconteceram nesse período, algumas boas, outras nem tanto e várias mais ou menos. Mas o importante é que eu voltei! Vou tentar manter uma atualização minimamente constante. Se der vontade. Ou não. Sempre que der na telha, na verdade. Ou quando quiser contar uma coisa que vi na rua e que não me divertiu. Ou me divertiu bastante. Afinal de contas, quando a gente se diverte, a gente se diverte. Quando a gente não se diverte, pelo menos tentamos dar risada da situação, não é mesmo?

Então, no post de reestréia:

O limão e a caipirosca

Diz o ditado popular que "quando a vida te der um limão, faça uma limonada". É, meus caros, é difícil. Eu sei disso. Mais fácil dizer "quando a vida te der um limão, diga um belo de um palavrão e mande tudo às favas!". Mas não vou dizer isso porque sou fina e não vou ficar falando palavrão aqui, né? Nem vou ficar mandando tudo ir às favas em plena reestréia de blog.

Respire fundo que isso passa. Passa? Ah, mas passa. Já me disseram que passa. Na hora a gente não acredita, mas depois a gente vê que passa mesmo. E olha pra traz e se envergonha por tanta ansiedade/culpa/medo/agonia/hábito/qualquer coisa. O bom mesmo é ver que passou e a gente volta a ser o bom e velho de sempre e as coisas voltam a ser as coisas boas e velhas de sempre. Mas com uma pitada de novo. Aquela pitada de, sim, fiz merda, mas quem não faz? Da próxima vez, já sei como não fazer.

Então, se a vida te der um limão, misture com vodca, gelo, açúcar, chame os amigos e brinde! Nada que umas boas risadas no colo de pessoas queridas não cure...

Tim-tim!

(é bom estar de volta!)

sexta-feira, novembro 24

Então enfia no ...

Tenho um problema com loja. Detesto aqueles lugares que as vendedoras ficam atrás de você perguntando se é pra presente, se é pra você, se é pra uma ocasião especial. Ainda mais que, normalmente, você entra na loja perguntando por uma saia preta (como já aconteceu comigo) e a vendedora diz que não tem, mas que tem um conjuntinho estampado de oncinha na promoção que eu vou adorar.

Não, minha filha, não vou adorar e tenha um pouco mais de bom senso porque se eu vou atrás de uma saia preta nunca vou sair da loja com um terninho de oncinha, né?

Também detesto aquelas lojas que as vendedoras fazem cara de bunda, mal olham pra você e parece que estão fazendo o favor em te atender. Ontem foi um dia desses.

Chego eu, numa boa, relaxada, tranqüila, numa loja da Asa Norte procurando uma calça:

Eu: Oi, vocês têm daquelas calças folgadinhas, molinhas que amarram do lado?

Vendedora: Tem aquelas ali (e faz uma cara de nojo apontando para o próprio produto e sem nem ao menos desencostar do balcão)

Eu: ah, tá. Mas vocês só tem estampada, não tem lisa não?

Vendedora: Só tem as que estão aí (e faz outra cara de nojo)

Aí, tentando, mais uma vez, manter um diálogo razoável pergunto:

Eu: Será que não vai chegar branca dessas para o Ano-Novo?

Dona da loja que se mete na conversa: Não vai chegar não. Essa calça branca marca demais, precisa de muita coragem pra usar uma dessas.

Pô, tudo bem que eu não sou tão corajosa assim, mas e se eu fosse??? Desde quando ela sabe medir a coragem de alguém? Olha aqui, a coragem é minha e se eu quiser – e tiver coragem suficiente – saio pelada na rua e o problema é meu, tá, tá, tá???

Mas vamos lá pra terceira tentativa...

Na maior boa vontade do mundo, pego a calça menos estampada e mais usável que tinha lá e coloco na frente do meu corpo me olhando no espelho e pensando se teria coragem de sair com uma daquelas na rua.

E mais uma vez, a dona da loja vem dar pitaco.

Ela: Você está de salto?
Eu: não.
Ela: Qual é a sua altura? (fazendo cara de grossa mesmo, quase me intimidando e me culpando por ser alta)
Eu: Um metro e oitenta.
Ela: Ah, então essa calça vai ficar curta em você.

Jura? Não diga!!! Eu sei, minha filha, que essa calça vai ficar curta em mim. Eu tô vendo aqui no espelho, cacete!

Eu: Ah, mas não tem tamanho maior não?
Ela: Não, são todas tamanho único. As maiorzinhas são a preta e a marrom.

Ah, quer saber? Deu vontade de fazer igual àquela criança japa que contou piada pro Sílvio Santos: Ah, então não tem calça pra gente grande aqui não é? Então enfia no ... (é, lá mesmo!)

terça-feira, setembro 26

Remendar não adianta

Sabe quando a emenda sai pior que o soneto? Pois é, ontem estava eu bem contentinha no meu trabalho quando chega “o chato do sindicato que não é do sindicato” . (peraí que essa parte precisa de uma explicação: “o chato do sindicato” que não é do sindicato” é um cara que vive aqui só falando da luta dos trabalhadores e das conquistas do proletariado nos últimos anos e blábláblá. Resumindo: é uma pessoa que evito até de falar bom-dia porque ele fica meia hora fazendo comício sobre o nada).

Então, aí “o chato do sindicato” veio entregar um comunicado “da maior importância que representa uma conquista para a categoria”. Tudo bem, até parei para ler o comunicado. Quando minha amiga (hum... vamos chamá-la de "C"). Então, C atenta para um fato. No final do texto estava escrito acessoria jurídica Fulano de Tal.

Óbvio que ficamos chocadas, né, porque uma pessoa de um sindicato que trata de assuntos de comunicação ia cometer um erro grave como esse? Avisamos o cara do erro.

Eu: olha, assessoria é com dois esses.
O chato do sindicato: é, eu sei. Eu vi. Mas esse pessoal é fogo. Mandei pra revisão e o cara não viu. E ainda mandei imprimir 800 cópias e bláblábláblá.

E a criatura ainda fala: Não ri não, hein! Isso é grave, é uma conquista para a nossa categoria da maior importância (e mais meia hora de blábláblá).

Aí, continuamos o nosso trabalho quando, não satisfeito, “o cara chato do sindicato que não é do sindicato” volta.

- Olha, aqui como eu tinha mandado corrigir o erro. Ta vendo, aqui ó, tá corrigido. É que esse pessoal da área jurídica não sabe de nada.

Quando eu e C. olhamos, o que vemos????

Assesoria jurídica Fulano de Tal


Imediatamente C. fala: olha, assessoria é com dois esses.

E ele diz: é, eu sei, tá aí corrigido.

E eu: não, é com QUATRO esses. Dois na primeira e dois na segunda sílaba!


Sem comentários!

quarta-feira, julho 19

Férias! Férias! Férias!

Vou falar a verdade: estou achando um saco ficar de férias. Verdade mesmo. Decidi não viajar nesses 20 dias de folga jurando que ia descansar mais ficando aqui em Brasília mesmo. Tudo mentira. Eu estou é entediada. Todo dia é a mesma tortura: qual a atividade que farei hoje?

Semana passada foi a primeira semana de férias. Em cinco dias, fui no Conjunto Nacional, no Parkshopping, no Pátio Brasil, na Feira do Paraguai, na Leroy Merlin (se bem que essa parte foi bem divertida), na costureira (DUAS vezes) e no Extra. Além disso, terminei de ler um livro e comecei logo outros dois para ver se o tempo passa mais rápido. Ah, e fiz meia revistinha de palavras cruzadas também.

Tá, eu sei que está faltando criatividade nesses meus programas. Mas o que que eu vou fazer? Dormir até meio-dia está totalmente fora de cogitação. Bordar, pintar e tricotar não dá. Não tenho talento para atividades artesanais. Dança de salão, balé ou curso de salsa e merengue nem passa pela minha cabeça. Então?

O problema é que, definitivamente, eu não sei ficar de férias.

Sábado, no auge do “nada para fazer” fui nas Americanas comprar um batom. Na hora de pagar, vi aquele bando de revista pendurada no mostruário. Pensei logo com os meus botões: “como estou à toa mesmo, preciso de uma leitura bem idiota para passar o tempo”. O que eu comprei? Uma revista Contigo! Sim, eu confesso, eu admito, eu assumo: comprei uma Contigo!

E sabe que a revista é bastante informativa? Mudou a minha vida saber que a Marieta Severo vai ganhar o quinto neto, que a Giovana Antonelli vai casar com um empresário americano, que a Juliana Paes vai tentar carreira como latina em Hollywood, que o Fábio Assunção “leva uma vida simples” em São Paulo e pode ser visto sempre no bar Filial ou que o Lázaro Ramos “brincou com cachorrinhos que estavam à venda na praia” enquanto passeava com a mulher.

Ai...ai...ai... ainda bem que são só vinte dias. Se fosse o mês todo, capaz de no último dia eu estar dando bom-dia pra Ana Maria Braga e boa-noite para o William Bonner. E nesse meio tempo ter um ataque de nervos!